quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Sobre o sossego e a falácia


Vê bem, querubim, o quanto a falácia pesa
Nas prosas das almas vãs
Que bradam aos quatro ventos
Com todas as forças, febres-terçãs

E juram de joelhos na areia
Que te enrolariam na teia
Que conquistariam teus beijos
Que destronariam teus reis

Reles embromados, pavões emplumados!
Que afirmam sem dó seus queixumes
Que traem, distorcem, se assumem
Que brotam feito praga do chão

Os bobos da corte mancebos
Margalargas de topetes e cordões de ouro
Serpenteiam tal qual dois dementes
E floreiam tuas dores urgentes

As mortes que saem das bocas
As frases tão tortas, em forcas
As preces em prol do pecado
As vozes de quem te amou?

Pois digo, do peito calado:
Daqui não virá um machado
Pois vive em meu peito um escudo
Que bate com pluma e diz tudo:
Meu sonho na quina da mesa!

Pois digo, da alma enfurnada
Daqui, só virá o sonhado
A prece em prol de quem clama
Por vida, a favor, com boa chama
E chama atrevida o plano.

Quem disse que amar é um engano?
Quem disse que é tudo incerteza?
Pois digo, do corpo cansado:
Nas madrugadas, sou a letra esperada
Nas manhãs de sol, eu te adoro mais fundo.