segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Se te olvida

Aqui, do recôndito da prece vã

Esfarelo o pão da vida entre as palmas das mãos

Como se fosse meu último dia por aqui

Sabedor de que terei todos os outros

Com uma canoa de madeira boba, a esgueirar

Em um riacho doce de obséquios e vontades

Sem viver a maior delas, na tortuosa eternidade

Do perfume que nunca saiu daqui

Do beijo tão desejado

Da sorte que pensei ter ao acertar no milhar

E do bilhete de loteria que perdi, por aí...

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