Já fui esquálida peça
De ânsia de futuro, insano
Quando me pus em desalinho
E flertei, decerto, em morte
Hoje, nada mais há que não o oco
Entre palavras e passos,
Entre lágrimas secas que não vêm
Num vazio enorme!
Empilham-se os deveres
Encontram-se as saídas
Há muito por fazer
E pouco por viver
Me parti sem esperança
Sem lança, sem tônus
Sem nada que eu sei
Para o resto
A canoa que não recua
Mas que, furada, vê soçobrar
Aquilo que sou
Para nada além
Para nunca mais
Nenhum comentário:
Postar um comentário