sábado, 23 de novembro de 2024

O que há no fim

Já fui esquálida peça

De ânsia de futuro, insano

Quando me pus em desalinho

E flertei, decerto, em morte


Hoje, nada mais há que não o oco

Entre palavras e passos,

Entre lágrimas secas que não vêm

Num vazio enorme!


Empilham-se os deveres

Encontram-se as saídas

Há muito por fazer

E pouco por viver


Me parti sem esperança

Sem lança, sem tônus

Sem nada que eu sei

Para o resto


A canoa que não recua

Mas que, furada, vê soçobrar

Aquilo que sou

Para nada além

Para nunca mais

Nenhum comentário: