terça-feira, 22 de julho de 2025

À beira

Nosso amor foi assim

Breque em calda a cada dia

Xarope de milho, meus dedos em sua boca

E o silêncio que em ti me calou

Que me travou os pés e dedilhou

As cálidas e precoces costas nuas

Que tanto deitei e vi

Diz que ainda está entre nós

Urge a plaga que cavou aqui no meu peito

Diz que nada mais há entre nós

Ama, aflita, com o nó na garganta

Encosta aqui, teu barco ainda é meu

Uma vez mais me traz o que é tão seu

Árvores sem copa, mas cheias de frutos caídos

Mortes em vida, flores secas

Ontem, hoje e sempre minha

Vívida aqui em cada ato

Outrossim, sei que ainda estou aí

Cabreiro, mas perene

Em cada pôr do sol, onde relembro o São Francisco.

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