sábado, 9 de outubro de 2021

Substrato em desalinho

Gélida face sob a colcha

Que ensaboa a memória desvairada

Vê que morte enevoada

É a sanha do seu cálido momento

Senti-te esquentar meus pés

Com o aquecedor ligado

E sorver meus dedos, vis

Tive a sorte do teu beijo, colombina

Tanto tempo atrás, mais de três luas

E as tuas vestes nuas

De quem tanto desejou

Hoje, caminho meio morto

Absorto, em desalinho

Pois te espero em um milagre

Nos percentuais de descaminhos.

Desgracei minha prece vã

E sou todo seu, sem ter nada mais aqui

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