sexta-feira, 25 de junho de 2021

Quadrante

Quero ver só sua força estranha pairar

E tomar conta de tudo, estraçalhar as vidraças

E fazer deitar as carcaças, a secar sob o sol

Como se fossem retalhos de quem fui e não sou mais


Hoje, estou em um tanque, embebido no que sou

Parvo de achar que é a dureza é tanta

Morto de amor, com as canelas esticadas

Como se fosse peça à mostra, objeto de análise


Um estranho caso de alguém que se rendeu

E preferiu ficar bem quieto, no formol

A enrijecer o bem e a dor por quem sentiu

A flutuar, bem ávido, o amor de quem morreu


Pois que há de se beijar o sapo, e fazer reviver

Levantar do tanque, caminhar nas pradarias

Fazer cantar e ganhar cor

Debruçar por sobre teu muro, te olhar mais profundo.

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