Quero ver só sua força estranha pairar
E tomar conta de tudo, estraçalhar as vidraças
E fazer deitar as carcaças, a secar sob o sol
Como se fossem retalhos de quem fui e não sou mais
Hoje, estou em um tanque, embebido no que sou
Parvo de achar que é a dureza é tanta
Morto de amor, com as canelas esticadas
Como se fosse peça à mostra, objeto de análise
Um estranho caso de alguém que se rendeu
E preferiu ficar bem quieto, no formol
A enrijecer o bem e a dor por quem sentiu
A flutuar, bem ávido, o amor de quem morreu
Pois que há de se beijar o sapo, e fazer reviver
Levantar do tanque, caminhar nas pradarias
Fazer cantar e ganhar cor
Debruçar por sobre teu muro, te olhar mais profundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário