Enfurnado, abri a fresta ao sol
E vi entrarem seus raios assobradados
Ao pé, os paradoxos de quem teme
Ao norte, as maravilhas do porvir
E sorvi sua pele em brasa
A entumescer meu coração desesperado
A pôr a perder as vãs certezas
A desbravar seu peito adorado
E me pus a pensar, ensimesmado:
Onde está a viga-mestra da ternura?
No amor proibido de quem se procura?
Na solidez de quem me amou tanto assim?
E, ciente, denotei sem espargir:
Quero seu colo, seu peito e seu beijo perdido
Sua alma aquecida, seu olhar bem aqui
Quero o percalço, o mais fiel de todos os erros
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