sábado, 24 de julho de 2021

Sem ter bem pra onde ir

Dormi a tarde inteira

Esperando a febre que não veio

É só um resfriado

Fruto da friagem e do percalço

Senti seu abraço me envolver

No sonho, calado, profanado

Do qual sorriu e se afastou

Ao dizer que bem depois pra mim voltava

E avistei uma pilha de louças

Esperando por minhas mãos

E minhas unhas, que te tocaram

Querendo a poda

É preciso levantar

E enxugar o pranto

Para te ter, serena

Em meu pensamento

De volta, pra mim, como um par de olhos esguios

Verdes chamas do meu amor sofrido

Meu fio de prumo, meu ponto futuro.



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