Gastei sola de sapato
Do rascunho da minha alma
Quando aportei em seu peito
Para ver nascer o sol
Para ver deitar o breu
Sobre as madrugadas tão nossas
Para te acender o abajour
Para fazer valer o seu momento
Proibido, errante
De quem beijou a foto ao acordar
Todos os dias
E fez derramar a lágrima
A lágrima da dúvida do devir
A lágrima da fé cega no porvir
Da cabeça aflita
Que não vê saída na neblina
E vê brotar sua voz ao pé do ouvido
Na minha orelha devorada
E me faz caminhar, sem sentido
Na direção desse abismo
O abismo que é viver sem você.
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