sábado, 17 de julho de 2021

Como grão de areia no deserto

Jogou-me ao vento

Ao vértice frágil do desmontar

Ao ver-me, ressabiado, expiar

Meus pecados no parvor de quem chorou a noite inteira


Nas lágrimas que me lavaram a face

Nos teus olhos refletidos nos meus

Em nosso sorriso colado, em nossos narizes

No esfregar das nossas almas perdidas


A lembrar-te, louco, uma semana atrás

Em meus braços, a me marcar com teu perfume

Para agora ser só lembrança...

Para ser um grão de areia esvoaçante no seu peito...


E sem saber, se meu defeito

Foi amar-te demais ou descolar da tua mão

Se foi beijar-te de menos, se foi expor de menos minha quentura

Sou, agora, nova criatura. Segurando sozinho nossas iniciais.

Vendo nosso balão subir.



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