Nada é da vida, mais sórdido
Do que o martelar que há no intuito de esgrimar consigo
Em um cataclisma íntimo
A tirar o véu e derreter
Não de amor, mas do falso brilhante que é a ira
Quando o que há, de fato, em nós
É o afã oposto, o da entrega
Do torpor do proibido, dos prazeres em seus recônditos.
Tenho sido, ainda que me arrastar de dor, eu mesmo
Com minhas vontades e queixas
A albergar o que sinto
E a desejar o que perdi
Por amor ao que sonhei ser
Agora, não sou nem retrato
Só um retalho decepado em cima da mesa.
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