quinta-feira, 26 de agosto de 2021

A forma e o conteúdo

Nada é da vida, mais sórdido

Do que o martelar que há no intuito de esgrimar consigo

Em um cataclisma íntimo

A tirar o véu e derreter

Não de amor, mas do falso brilhante que é a ira

Quando o que há, de fato, em nós

É o afã oposto, o da entrega

Do torpor do proibido, dos prazeres em seus recônditos.

Tenho sido, ainda que me arrastar de dor, eu mesmo

Com minhas vontades e queixas

A albergar o que sinto

E a desejar o que perdi

Por amor ao que sonhei ser

Agora, não sou nem retrato

Só um retalho decepado em cima da mesa.

Nenhum comentário: