Doze, número forte, foi o esvair da ampulheta em que aqui me debrucei, a lamuriar e celebrar com quem me folheou. Hoje, encerro-me, ao empurrar um penedo sobre minha juventude. Vivi, até aqui, com os nervos expostos de quem muito sonhou e fez. Não posso mais continuar sem casaco. Nem viver a caminhar em meio à brasa. Preciso descobrir o sabor da monotonia, deslindar a formosura daquilo que não a tem. Preciso viver, pois tenho estado em um sepulcro, com doces interregnos de júbilo. À impermanência, prefiro adormecer. E viver como Epicuro, suportando a dor. Do extremado, prefiro nada levar. Despeço-me, a tatear um porvir que haverá de amainar meu sono e desalagar meu pranto.
quinta-feira, 12 de agosto de 2021
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