O fátuo incandescente da paisagem proponente espia, afoito, a prole insólita de um par de vestes, macho e fêmea, a bailar dolente no canto escuro da sala. É o contraponto entre claridade e escuridão, dialética amorfa de euforia e dor que esclarece os imbróglios severos e enternece desejos sinceros.
A sorte do amor tranquilo, decantado do poeta, é a sintonia fina da justa medida que me acalma a escolha, tão solene e serena, e enfeita o assoalho com decalques de belos dias, desabafos e juras de uníssono.
A paixão desolada, desprovida de concretudes, foi guardada na rememória, que aciona e repisa dores de ontem. O fato presente, tão ardente, é fogo que acende e água que massageia, em um bailar infinito de certezas proclamadas.
O amor que tenho, obra de alvenaria, é a face mais bela do imprevisível: de encruzilhadas e descaminhos, encontrei meu leito abraçado ao peito de quem sempre esperei, com ondas que batem cálidas na arrebentação e que me firmam nas correntezas.
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
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