sexta-feira, 18 de abril de 2008
TVS Não Morreu
Silvio Santos era quase um R.R Soares dos Domingos. No Rio, era visto nos canais 6 (Tupi), 9 (Corcovado) e 11 (TVS). Em São Paulo, na Tupi e na Record. Tudo ao mesmo tempo, tudo a mesma coisa. Os mesmos quadros, que ganharam cor quando o ex-camelô deixou mais de dez anos de Globo para trás para firmar um estranho acordo de co-produção com a Tupi e se tornar sócio da Record, que quase levou ao túmulo, e colocar no nome do sobrinho o problemático canal 9 do Rio. Fez Silvio o certo ao se aproveitar dos contratos de trabalho da TV Tupi. Entrou no ar com uma equipe pronta e bem azeitada. Bons redatores, apresentadores e jornalistas. Muitos estão lá até hoje. Hoje, Silvio vê seu SBT naufragar. As vistas ao primeiro lugar ficaram na poeira de 2001. Hoje, o segundo lugar parece nas mãos da não menos brega Record - que Silvio vendeu "a preço de banana" ao Edir Macedo - e o terceiro a cada vez mais ameaçado por Bandeirantes e Rede TV!. Tudo de muito baixo nível. A última idéia de Silvio Santos é como esses queijos franceses: são uma delícia, mas feitos com mofo e bolor. Achei excelente a iniciativa de reprisar, na íntegra, clássicos do SBT - com sua linguagem e estética peculiares - nos Sábados a tarde. O horário é morto, e merece algo que saia da tumba. E que venham os velhos programas do Silvio, da Hebe, e da Praça é Nossa, com tanta gente que já se foi. Ao menos, o bolor é saboroso.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
A Mídia Manipula?
Durante o século passado, um dos principais argumentos dos estudiosos da Comunicação foi o da influência onipotente, onipresente e imbatível dos produtos midiáticos – chame-se como chamar – sobre a sociedade. Disfunção Narcotizante, poderio da Indústria Cultural, manipulação, alienação e quarto poder. Muito se ouviu falar nestas palavras que relatavam uma relação inquebrantável entre mídia, poder e modelo econômico e a interação destes para a manutenção do poder vigente.
Antes de tudo, é necessário lembrar que o ideário da manipulação midiática tinha como base o velho e hoje arcaico conceito de “Massa”, que reagia de forma uniforme aos estímulos recebidos das instituições formais e dos meios de comunicação. Tal argumento é hoje facilmente derrotado com a simples observação de que os graus de absorção da mensagem variam de forma determinante de acordo com diversos fatores, como a influência familiar, as associações institucionais e as relações sociais do indivíduo.
É evidente que este grau de absorção não pode ser desconsiderado. A mídia é capaz, sim, de levantar bandeiras de forma explícita e convencer, através de técnicas discursivas, o receptor. Mas é bom ressaltar que não há convencimento sem concordância. A cada dia podemos observar de forma mais freqüente a influência do receptor sobre o emissor, ao contrário do que antes se pensava. Qualquer produto midiático tem como primeira etapa de sua elaboração a escolha de um público alvo, e o direcionamento da sua produção àquele público consumidor.
Não é errado lembrar também dos efeitos que o sensacionalismo com que a mídia trata determinados temas pode levar a um relato deturpado dela sobre estes. Porém, a tendência Mundial é por assumir esta postura e vestir a camisa do “popularesco” ou do “sensacional”. Na Europa, o jornalismo impresso já é declaradamente opinativo, e a tendência em outros países é por produtos que sirvam a um público cada vez mais segmentado, de acordo com a forma de vida e as opiniões de quem os consome.
Em suma, dizer que a mídia manipula por si só é um equívoco escorado na “bengala” do ultrapassado conceito de “Massa” e de luta de classes. Como diversos estudos científicos vêm comprovando nos últimos anos, é correto sim dizer que os produtos midiáticos influenciam – através do convencimento – o receptor. Mas tal influência não é total, tampouco irrevogável.
Antes de tudo, é necessário lembrar que o ideário da manipulação midiática tinha como base o velho e hoje arcaico conceito de “Massa”, que reagia de forma uniforme aos estímulos recebidos das instituições formais e dos meios de comunicação. Tal argumento é hoje facilmente derrotado com a simples observação de que os graus de absorção da mensagem variam de forma determinante de acordo com diversos fatores, como a influência familiar, as associações institucionais e as relações sociais do indivíduo.
É evidente que este grau de absorção não pode ser desconsiderado. A mídia é capaz, sim, de levantar bandeiras de forma explícita e convencer, através de técnicas discursivas, o receptor. Mas é bom ressaltar que não há convencimento sem concordância. A cada dia podemos observar de forma mais freqüente a influência do receptor sobre o emissor, ao contrário do que antes se pensava. Qualquer produto midiático tem como primeira etapa de sua elaboração a escolha de um público alvo, e o direcionamento da sua produção àquele público consumidor.
Não é errado lembrar também dos efeitos que o sensacionalismo com que a mídia trata determinados temas pode levar a um relato deturpado dela sobre estes. Porém, a tendência Mundial é por assumir esta postura e vestir a camisa do “popularesco” ou do “sensacional”. Na Europa, o jornalismo impresso já é declaradamente opinativo, e a tendência em outros países é por produtos que sirvam a um público cada vez mais segmentado, de acordo com a forma de vida e as opiniões de quem os consome.
Em suma, dizer que a mídia manipula por si só é um equívoco escorado na “bengala” do ultrapassado conceito de “Massa” e de luta de classes. Como diversos estudos científicos vêm comprovando nos últimos anos, é correto sim dizer que os produtos midiáticos influenciam – através do convencimento – o receptor. Mas tal influência não é total, tampouco irrevogável.
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