sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Sobre encostos de poltrona e bancos de pedra

Meninos, eu vi
A flor que passava nua
A voz que clamava à rua
As preces do bem-te-vi

Meninos, eu vi
Pedaços de lata-prata
Sorrindo atrás da porta
Clamando um bom porvir

Meninos, eu vi
A lama na estrada morta
Encrava as rodas tortas
Escravo de quem não viu

Mas veja, menino amigo:
As preces que já te digo
São preces de um bom porém

As preces da bem amada
Que esperam na madrugada
As vozes que lhe acalantam

Pois ouve, a musa grega
Que amado é quem serpenteia
A espreita do que virá

E espera, tão conclamado
O beijo desabrochado
Que trouxe suas respostas

Meninos, eu vi
As preces, já atendidas
São mais que perfumarias
São reles eternidades
Contidas nas entrelinhas

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