Me chama e inflama em prosa, dengosa, cada pêlo, cada ponta de unha, cada lasca de osso.
Devora, senhora, meus dedos e laços, me mata em abraços, me espanta as desgraças.
Me clama, desnuda, a prole, a prece ao eterno, o bolo de nozes.
Se esvai em minha pele, desvela os cabelos, revela, disfarça.
Devora em tua graça, senhora, a minha partida, querida;
Refaz meus encantos, meus prantos, me traz todo dia o eterno.
Sagaz, morde os panos, e sonhos, com a vontade de quem não quer largar.
E traz um ardor de matar, e faz entoar os meus sinos.
Me faz festejar os teus cheiros e refestelar tua boca;
Me faz liberar os teus planos, me faz aclamar os teus prêmios.
Que são festejar o insano e comemorar o mais certo:
Pois todos amores são santos;
Mas só o meu amor é eterno.
sábado, 30 de março de 2013
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