sábado, 5 de junho de 2010

Pedra do Sal


Dá cá teus lábios, dadivosa. Derrame em floreios tuas prosas e promessas. Inflama minha entranha, causa estranha palidez. Espoca as champanhas, espanta as campanhas, diz-me a verdade. Suba, melindrosa, os pedregulhos da Pedra do Sal com bons ares e sombrinha. Beijo-te a nuca. Explora-me a cada passo com tuas mãos, toca-me com a suavidade de tua alva pele e espia-me acordar. Me chama, mafiosa. E cada passo teu no requebrar de tuas ancas, sobem os dois brancos cambitos que dão-me esperança: a cada degrau, um mural. A cada querela, uma tela. Enumera, sorridente, os contos alegres de teus dezoito anos. Conta teus pontos, teus mantos, teus sonhos. Conta teu pranto. Morde teus lábios, serena. Pisca teus olhos, e clama: quero-te agora, aqui e pra sempre. Faz-me acordar o corpo na hora e a mente segundos depois, deitado na cama...

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