quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Amigo da Madrugada


Mão na fita, pano rápido. O velho colega virou estátua ao lado do "dedo-duro" da Rádio MEC. "Se vocês querem saber quem eu sou... eu sou a tal mineira...". Versos fortes, antigos brados. "Olha ela aí", disparei com um sorriso constrangido. O enamorado, com quem trocara duas ou três palavras até ali, embevecido, enxugou as lágrimas sobre as bolsas do tempo, retornou o sorriso, fez ar de quem concordava e apontou para o céu. Ela o deixara, muitos anos atrás. Procurou um amor de esquina, não menos brilhante, e com ele passou o resto de seus dias. Mas, no coração apaixonado, o olhar perdido de quem foi embora era retumbante o suficiente para arrancar cada lágrima. Ficamos ali, abraçados, a ouvir a voz da amada como dois amigos de longa data. E é possível resistir?

Sabiá, que falta faz sua alegria
Sem você, meu canto agora é só melancolia...
Canta, meu sabiá, voa meu sabiá
Adeus, meu sabiá... até um dia!

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