terça-feira, 4 de outubro de 2011

Brisa Salgada

Fui voz do teu violão, luar do sertão, som da madrugada. Fui beijo de cinema nas pedras do Arpoador, doce amargor. Fui chama que clama, velho que ama, morte sem dor. Fui vida severina nas juras de eternidade, estupor, torpor e estufa. Fui sufoco, fui sorte vã. Trocado na esquina pelos tostões de quem não jura nada, fui perjúrio do eterno, desci ao inverno e me deflagrei. Fui verão, primavera e outono. Fui você, cada dia, devastado, encantado, destinado a morrer de amor e viver por um só nome. Fui sono a teu lado, sonho em tua cama, seleto dom de palavrear. Fui quem sempre quis, em ode ao que vivi. E o que resta ao que sou? Um triste retrato na carteira. Os dois amores, uma cara de criança. Não dá mais. Não tem jeito. É o que eu digo a respeito. Quer saber? Eu não fui coisa nenhuma. Da borracha da melancolia, nasceu a triste certeza. Eu sempre serei a voz a te acalentar e a peleja por te ter nos braços. Parabéns, voz perdida.

2 comentários:

Blog do Mario disse...

Viveu em ode, amor e respeito. Lutou, chorou, sonhou, e acima de tudo se dedicou. Esteve ao lado em momentos decisivos e tensos. Amou e desejou com todas as forças. Quis a vida que um guerreiro perdesse para um aproveitador, um imbecil que nunca soube o que é amar. Mas a aparente vitória de quem se aproveita, nunca será maior do que a honra de quem verdadeiramente lutou.

Parabéns, guerreiro !! você caiu de pé, honrosamente.

Você merece coisa melhor e eu creio que terá !! alguém que valorize seus esforços e sentimentos e não te troque por um qualquer porcaria.

Forte abraço,
Mário

Isabelle Machado disse...

Como sempre meu amigo Lucas esbanjando talento em sua escrita. Amigo tenho muito orgulho de você . Tu és maravilhoso e humano de verdade.Beijos. Muita sorte e prosperidade pra ti.