domingo, 30 de outubro de 2011
Eu não vi. Mas...
Acossado nos garranchos do papel, o dito amor se espreme e exprime o que foi e nunca deixou de ser. É peça de museu, estopa encardida, letra de Noel. É dor lancinante, febre incessante, estupor dilacerado. Em cada laceração, uma nota sua: e de zero a dez, que nota eu dou? As lágrimas perdidas do pierrô molham o antigo caderno que reúne as tuas bravatas, tão tuas! as juras, as peças, as curas. É perfeita a solidão. Não vê, colombina, que a voz desnuda do poeta é grito de morte? Os decibéis do pobre palhaço, com tanto estardalhaço, marcam a ferro a prole que não vem. Ah, deu cria! Até parece! ride, palhaço! Ri do que foste. Desembaraço nas mãos de quem te humilhou, rascunho em fá de uma pauta triste... e olha, sereno, o maciço d'água pelas pedras do Arpoador. As carnes em exposição não são mais tuas. Nem vozes, nem juras, nem nunca mais. És mão a procura d'outra, tão solene, a fazer a máquina girar de novo e o começar de... uma outra ilusão? Bem-vindo a teu novo número, pierrô! e vê se toca a lira direito desta vez!
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Um comentário:
Conte comigo sempre. Todas as batalhas estarei ao seu lado e vc sairá cada vez mais vitorioso de tudo. Amo-te ,beijos Isa.
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