domingo, 7 de dezembro de 2008

Tem Amor Infinito...

Foto: Celso Pupo - fimdejogo.com.br
Não vi o gol do Raúl. Fiquei sabendo que quem era pra estar ali era o Válber. Nasa e Luisinho bateram cabeça. Vítor virou avenida. Odvan, entre o pênalti e o gol, errou também o carrinho e ficou no caminho. Esse eu não vi, estava na aula. Quando Edmundo pôs a bola na marca do pênalti, Dida parecia ter três metros. Bola pra fora. Frustração. Sobrou pro Antônio Lopes, que errou ao colocar pra bater quem nunca soube. Tive uma crise nervosa com o gol do Petkovic, que justiçou a covardia de Joel Santana. Nos três casos, faltou determinação. E digo isso sem medo algum: naqueles três dias, se esqueceu do tamanho do Vasco. Noventa anos atrás, negros e operários suaram sangue para construir o primeiro time popular do Brasil. Mas bolas que entraram ou deixaram de entrar sempre foram menores do que a luta com que sempre se fizeram as coisas no Vasco. Sempre foi uma aporrinhação. Muita gente secando, essa raça chata de flamenguistas sempre à espreita, rotinas e hábitos que desde sempre só existiram no Vasco... A minha apresentação a este clube se deu no início de 1997. O Edmundo havia renovado o contrato e reestrearia em uma partida contra o Botafogo em São Januário. Perdemos. Mas para um torcedor de dez anos, deslumbrado com o time que escolheu, derrotas, vitórias ou empates trazem o mesmo fascínio. E tive o meu primeiro contato com o Edmundo no vestiário do estádio, levado por um parente membro da antiga diretoria. Ele dava entrevistas de cueca, e isso me chamou a atenção naquele momento. E, pelo o que falavam dele, senti medo de me aproximar. Só cheguei perto incentivado pelo zagueiro João Luiz e pelo Carlos Germano, grande figura humana e grande vascaíno. Ali começou uma relação de risos, lágrimas, gritos e emudecimentos. Já são 11 anos enfrentando filas, roendo as unhas na frente da TV, pegando trem pra Édson Passos e respondendo aos comentários jocosos de quem não sabe o que é o Vasco. Hoje, 110 anos da mais bonita das histórias caíram no chão com o peso de um livro de capa de couro, letras douradas e mais de uma dezena de milhões de leitores assíduos. Agora, meus amigos, o livro está no chão. Que dezesseis milhões de mãos e almas, que não têm divisão nem derrotas, honrem o que sempre fomos. Somos C.R VASCO DA GAMA, limpos e dignos desde o início - apesar dos equivocados que insistiram em tentar fazer de nosso clube propriedade privada - marcados pelo preto e pelo branco que simbolizam melhor do que qualquer outra coisa a nossa unidade. Que no longo deserto de 2009 sejamos peregrinos de um amor inifinito que é muito mais antigo e muito maior do que qualquer coisa passageira como um rebaixamento. E que o 111 seja o reencontro do Vasco com a vascainidade e com as vitórias.

7 comentários:

Blog do Mario disse...

Força Vasco !!
07/12/2008- Rebaixamento do Vasco
08/12/2008- Início da volta de um gigante.

podem apostar

saudações são-paulinas!!

Tiago Bandeira disse...

Valeu Renato Gaúcho, você conseguiu... parabéns!

Cristina Dissat disse...

Oi Lucas, pelo wordpress localizamos um link pra nós do Fim de Jogo. Entendi quando vi a foto do Celso Pupo, nosso fotógrafo publicada no seu blog. Sem problemas, mas gostaria que fosse incluído no texto o crédito dele, assim como para o nosso blog. Se precisar de alguma coisa pode fazer contato conosco. dissat@gmail.com. Abs,

Lucas Alvares disse...

Ok, Cristina. Creditado.

Cah Rosa disse...

enquanto houver um coração infantil, o vasco será imortal...

vamos aproveitar essas "férias" da série A para nos reestruturar e voltarmos ao lugar de destaque que merecemos.

realmente, poucos sabem o que é o vasco e o vasco é aquele que consegue superar dificuldades.

agora que chegamos ao fundo, o único caminho é subir. creio que 2009 será um ano de muitas surpresas. boas surpresas!

Cristina Dissat disse...

Vlw Lucas. Se precisar da gente para alguma coisa é só avisar. Abs, Cris

Anônimo disse...

Sou Flamenguista, mas não senti alegria quando vi o Vasco ser rebaixado, pois ninguém saiu ganhando, diferentemente de uma partida de futebol ou uma final, onde temos vencedores.
Espero que o Vasco suba para que o Flamengo tenha a oportunidade de derrotá-lo e aí sim, o sentimento da alegria de uma vitória, a qual realmente vale. Espero que o Duque de Caxias faça uma boa série B para que o futebol carioca cresça na Série A.