quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Quanto Tempo Tem?

Quanto tempo tem que a brisa mórbida que acariciava a lápide de mármore testemunhou meu pranto em desespero? Quanto tempo tem que o desmaio adveio do desvelo e desnivelou todos os níveis de gliose? Quanto tempo tem que o guarda-chuva cor-de-rosa assistiu ao encontro solene de duas almas na tempestade? Tem todo o tempo, tem tempo todo. Tem infinidade de segundos, centésimos e milésimos, que juntos preenchem qualquer garrafa d'água ou conteiner. Tem milhões de leds, bilhões de pixels e trilhões de átomos. Tem viradas, desvios e lágrimas. Tem tempo que não passou, tem tempo que foi-se embora. Tem até tempo com quem já morreu. Quanto tempo tem que meu corpo pulsa à mesma voz, e ouve como música o chamado ao abraço? Quanto tempo tem que os lábios cálidos mordiscam e sinalizam, num sorriso, a satisfação com mais um dia? Quanto tempo tem que a esperança tornou-se companheira inseparável de dois andarilhos que, juntos, caminham a passos largos em direção a um novo tempo? Um tempo de paz e solidão a dois. De calmaria, ardor e singeleza. Um tempo com todo o tempo do mundo, de uníssono-convívio-sem-pudores. Tempo bom será!

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