domingo, 9 de dezembro de 2012

Presente do Indicativo

Enclausurado nas mais torpes braças de terra, em dó, desci lépido os paralelepípedos de teus braços.
E, só, decidi em fá que nunca mais divagaria sobre teus traços: Que, si, ressonaria tua voz e teus beijos apertados com o fá-fazer de quem sempre te esperou

Na ré, esperei a chuva parar de cair. Não, não poderia ser para mim. E lá, ouvi tua voz dizer teu nome, teus olhos me procurarem espertos e, incertos, contarem que já vão e que já voltam. A relva que pisei naquele dia, bailarina, é prece-colombina de quem não teme mais a morte, a má sorte ou as dores dos nãos profundos.

A chuva que já caiu para subir de novo e banhar outras mãos e pés em algum lugar do mundo, é testemunha do guarda-chuva cor-de-laranja que empunhou o desejo de eternidade presente, ali, em sol maior mesmo sob o pano cinza que nubla o Rio neste domingo.

A relva, a chuva e o sol que arde em meu peito, refletidos - graças aos céus! - em seus olhos fundos e empertigados nos fazem abrir sorrisos em um mundo de tanta dor. Gargalhemos. E olhemos para os lados: por aí afora, tem muita gente precisando ser feliz como eu sou agora. Que todos os outros, minha menina, façam de suas preces de felicidade notas musicais e de cada beijo comprido o canto apertado de quem não quer mais ver o tempo passar e, ao mesmo tempo, sonha com tudo o que há de vir.

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