segunda-feira, 15 de junho de 2009

Anchova

Abrakadabra, solidão. O só é vassalo de seu prazer masoquista. É só o segredo das noites mágicas de olhar perdido em uma janela molhada. Ela está úmida, posso ver minha palma da mão e meus cinco dedos. Bate o vento, e logo a palma some. E cinco pontos depois. É a finitude de todos os gestos e de todos os gostos, por mais imperiosas que sejam as vontades de fazer dos pequenos momentos uma eternidade. Alakazam, tristeza. Por entre a fresta de outra janela, o frescor das noites de inverno. Sinto-me um pouco morto a cada noite. Cada tremor é uma pequena dose de cicuta, como se estivesse me tornando uma pedrinha de gelo aos poucos. Gelo em um copo de Absinto. O frescor desce seco pela garganta e faz arder o intestino. Esta noite, só o líqüido azul é meu companheiro. Shazam, saudade!

3 comentários:

Unknown disse...

Amei, seu talento é incrivelmente perfeito =)

Flor Baez disse...

Muito lindo teu texto, Lucas!

Unknown disse...

Concordo plenamente com os comentarios acima!Seu talento é incrivelmente perfeito!Parabens!!c